O robô do INSS é uma das ferramentas mais recentes do Instituto Nacional do Seguro Social. Ele surgiu como uma solução para diminuir filas e agilizar solicitações, utilizando tecnologias como inteligência artificial e assistentes virtuais.
O prazo entre o pedido, a análise e a resposta ao requerimento de qualquer benefício junto ao INSS sempre foi uma incógnita para os beneficiários.
A legislação até prevê expressamente o prazo, mas o fato é que o procedimento de análise, em regra, tende a extrapolar as determinações legais.
Seja pela grande demanda, seja pela limitação no número de servidores públicos, a verdade é que a espera era certa. Entretanto, a tecnologia e uma recente mudança no processamento dos pedidos já apresenta indícios de que o cenário pode melhorar.
E um dos maiores agentes desta mudança é o robô do INSS, uma espécie de sistema automatizado. A ideia do INSS é que ele faça a análise dos requerimentos de forma totalmente autônoma, com capacidade para autorizar ou negar a concessão.
Neste texto, explicamos o que é o robô do INSS, como ele opera, quais suas possibilidades e, ainda, como se prevenir e diminuir as chances de ter o seu pedido negado.
Receba novidades e ofertas por e-mail.
O que é o robô do INSS?
O avanço tecnológico permite aperfeiçoar a prestação de serviços, inclusive pela Administração Pública. O robô do INSS é um bom exemplo da aplicação da tecnologia nos processos de análise de solicitação de benefícios.
Em linhas gerais, o robô do INSS é um sistema informatizado que recebe os pedidos de concessão de benefícios e os analisa a partir de comandos previamente estabelecidos. Da mesma forma que chatbots e assistentes virtuais, que já fazem parte da rotina de muitas pessoas, em sites e portais de órgãos públicos e privados.
O desenvolvimento do chamado robô do INSS foi realizado pela Dataprev, empresa pública brasileira de tecnologia e informações da Previdência Social, criada em 1974, e vinculada ao Ministério da Economia.
O uso dos meios tecnológicos na gestão dos serviços prestados pelo INSS não é uma absoluta novidade. Desde 2008, por exemplo, o instituto já analisava pedidos de aposentadoria por idade urbana com base no banco de dados do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS).
Como funciona o robô do INSS?
A informatização dos processos pelo INSS alcança todos os benefícios oferecidos pelo órgão. Desde aposentadorias até programas de transferência de renda, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
O funcionamento do robô do INSS é, de certa forma, simples. O beneficiário realiza a solicitação de benefício por meio digital e o sistema faz a análise dos dados informados no momento, confrontando-os com demais dados cadastrados nos bancos de dados do governo federal.
Ao realizar a solicitação de concessão de benefício, a pessoa interessada deve responder às perguntas do sistema. Os dados informados serão checados junto aos demais dados contidos nas bases da Administração Pública.
Confirmados os dados, o robô do INSS ainda faz uma análise dos requisitos legais para, então, autorizar ou negar o benefício pleiteado, de forma automática.
É possível, ainda, que, antes da autorização ou da negativa do pedido de benefício, o robô INSS solicite, por meio de “exigência”, algum complemento de dados. Ou encaminhe o procedimento para um especialista realizar uma análise mais refinada da solicitação.
Entender como funciona o robô do INSS pode evitar muitas dores de cabeça, como ter o pedido de concessão de benefício negado por incongruência de dados, por exemplo.
Uma dica importante dada por estudiosos na área é manter os dados pessoais sempre atualizados nos bancos de dados, sobretudo do governo federal. E, se possível, realizar essa atualização antes de efetuar o pedido.
Qual o objetivo do novo robô?
Certamente, o uso da tecnologia nos processos administrativos pode contribuir com o aumento da produtividade, além de melhorar a eficiência, diminuir erros e agilizar processos. No caso, ampliar a velocidade na análise dos benefícios requeridos junto ao órgão previdenciário é um dos principais objetivos do robô INSS.
Portanto, a razão de incluir essa tecnologia é oferecer celeridade nas respostas às solicitações dos beneficiários.
Para se ter uma ideia do impacto da implantação do novo sistema, conforme os dados oficiais do INSS, apenas no último mês de setembro foram analisados 159 mil pedidos – dos quais 79 mil benefícios sociais e aproximadamente 80 mil benefícios previdenciários.
O Ministério do Trabalho e Previdência informou que o INSS registrou, em outubro, o menor estoque de processos de reconhecimento inicial de direitos de benefícios previdenciários e assistenciais nos últimos anos – consequência da utilização do sistema automatizado.
Quem pode usar o robô do INSS?
Inicialmente, como mencionado anteriormente, a informatização dos processos do INSS estava disponível apenas para os pedidos de aposentadoria por idade urbana, desde o ano de 2008.
Assim, até julho de 2022, apenas os segurados que se enquadrassem na referida modalidade tinham acesso ao pedido automatizado de benefício.
Com a ampliação da automatização, tornando o robô do INSS apto a processar todos os pedidos de benefícios, qualquer requerimento de benefício assistencial ou previdenciário pode ser feito por este mecanismo.
Nesse sentido, o robô do INSS está disponível para:
- Pedidos de aposentadoria;
- Requerimento de salário-maternidade;
- Requerimento de benefícios a pessoas com deficiência;
- Requerimento de benefícios a idosos;
- Outros serviços do INSS.
Como ter acesso ao reconhecimento automatizado do INSS?
A automatização da análise dos pedidos de benefícios junto ao INSS se dá logo no início, quando a pessoa interessada faz seu requerimento.
Para que o processo seja automatizado, o requerente deve responder às perguntas apresentadas pelo sistema. As respostas obtidas serão comparadas com as informações já existentes nas bases de dados do governo.
Esta fase pode culminar na autorização do pedido, nos casos em que não houver divergências entre os dados coletados e os já cadastrados. Contudo, o pedido também pode ser negado ou ser encaminhado para análise de um técnico do INSS.
Por isso, é de extrema importância relembrar a dica para manter os dados cadastrados em bancos de dados do governo sempre atualizados. Pois qualquer incongruência pode dar causa à negativa do pedido.
Além disso, será preciso apresentar documento com foto (nítida), os vínculos e atividades desenvolvidas, com atenção para não deixar de fora qualquer informação.



Confira diversos produtos consignados.
Dúvidas frequentes do novo robô do INSS
Os dados divulgados pela autoridade previdenciária demonstram que a adoção de sistema automatizado para tratar todos os pedidos de benefícios assistenciais ou previdenciários, de fato, acelerou o processo.
Apesar disso, as dúvidas surgem, sobretudo por se tratar de relação com um sistema e não mais a tradicional entrevista com um técnico previdenciário.
Certamente, as principais dúvidas que surgem dizem respeito à concessão ou não do benefício, resultado da análise automatizada pelo robô do INSS.
De antemão, saiba que há, sim, caminhos para lidar com uma situação de negativa de benefício – uma vez que os índices divulgados sobre a concessão de benefícios apontam alta taxa de recusa.
1. O robô do INSS concedeu meu pedido, e agora?
Se você está no grupo dos felizardos que tiveram o benefício concedido pelo robô do INSS, parabéns!
Isso porque, algumas estatísticas apontam que apenas 25% das aposentadorias requeridas mensalmente são concedidas de forma automática. Em números absolutos: de cada 200 mil requerimentos de aposentadoria, 50 mil são concedidos pelo robô do INSS.
Já o Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP) aponta que o percentual de concessão é de 41% (6 em cada 10).
De qualquer forma, a concessão do benefício de forma automática é praticamente o final do processo, dando início à fase de pagamento.
Em regra, após a autorização, o beneficiário receberá correspondência emitida pelo INSS, informando a concessão do benefício e a agência bancária onde o valor poderá ser sacado pelo titular ou representante legal.
2. O robô do INSS negou meu benefício, o que fazer?
Como visto, a taxa de recusa na concessão de benefícios pelo robô do INSS é alta, em qualquer dos levantamentos apresentados.
No entanto, o INSS declara que o percentual de concessão e de indeferimento está seguindo a tendência histórica de 50% para cada grupo.
Se você teve seu pedido de benefício negado pelo robô do INSS, saiba que é possível recorrer da decisão, requerendo uma nova análise do requerimento. Lembre-se de revisar e atualizar os dados, caso necessário, e conferir a documentação a ser apresentada.
O recurso pode ser apresentado através do aplicativo Meu INSS ou pela Central de Atendimento 135.
E o formulário de recurso você encontra nas centrais de conteúdo do portal Gov.br.
Por último, saiba que não é necessário constituir advogado para apresentar recurso da decisão que negou o benefício.
3. Como a fila do INSS é afetada pelo novo robô?
A chamada fila do INSS nada mais é que o grupo de requerentes de benefícios junto ao órgão que aguarda uma resposta. Em outras palavras, são as pessoas que esperam pela concessão de seus benefícios.
Dessa forma, integram a fila do INSS as pessoas que deram entrada no pedido de algum benefício – social ou previdenciário.
O próprio INSS já divulgou que recebe cerca de 800 mil novos pedidos por mês, mas consegue analisar apenas 700 mil. Em 2019, a fila do INSS alcançou número recorde: 2,3 milhões de pessoas estiveram no aguardo de uma resposta.
Contudo, com a implantação do robô do INSS, o sistema automatizado conseguiu dar vazão a uma grande quantidade de requerimentos, diminuindo a fila. Atualmente, 1,8 milhões de pessoas aguardam resposta – desse total, 500 mil pedidos são do BPC.
Em resumo, o robô do INSS busca colaborar para a diminuição da fila e para a celeridade nos processos de análise. No entanto, requer bastante atenção da pessoa interessada para que preencha todos os requisitos e não tenha maiores problemas para conseguir a concessão do benefício desejado.
Como os beneficiários já notaram há algum tempo, a tecnologia pode ser uma ótima aliada para facilitar e agilizar diversas funções e solicitações. Mas, assim como outras ferramentas digitais, apenas com o uso é possível notar gargalos que precisam ser aprimorados.
E isso, claro, leva tempo e atualizações, que devem ocorrer conforme os usuários e programadores identificarem pontos de melhoria.