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Servidores públicos famosos: conheça 8 ícones da literatura brasileira

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O concurso público é, nos dias atuais, um dos pré-requisitos para se tornar servidor público municipal, estadual ou federal, com exceção de cargos comissionados ou temporários, mas nem sempre foi assim. Com o regime de contratação diferente do que é hoje, há décadas atrás não eram raros os casos de servidores públicos famosos, que exerciam outras atividades paralelas alheias à Administração Pública.

À época, nem todos os servidores eram tão amplamente conhecidos. No ramo literário, porém, muitos já haviam começado a carreira de escritor quando ingressaram em um cargo da Administração Pública.

As normas dos concursos e cargos públicos tal como são aplicáveis atualmente vieram somente com a edição da Constituição Federal de 1988 e, antes desse período, os concursos públicos eram regidos por legislações estaduais que frequentemente não eram levadas à risca.

Neste cenário com maior flexibilidade no funcionalismo público, em que a estabilidade ainda não era uma realidade, diversos cargos foram ocupados por diferentes referências literárias. Um ponto a se ter em mente é que a carreira no serviço público, muitas vezes, era o que garantia o sustento dos citados literários.

Ainda existem pessoas famosas que exercem funções no serviço público, em casos de nomeação ou eleição, mas a participação de escritores se tornou cada vez mais escassa com o passar dos anos.

Descubra quem foram os servidores famosos e saiba mais sobre as origens e significado do Dia do Servidor Público, celebrado no mês de outubro.

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Dia do Servidor Público

O Dia do Servidor Público é comemorado no dia 28 de outubro, conforme a Lei 8.112/1990, que regulamenta o funcionalismo público federal. Ela foi instituída durante o governo do então presidente Getúlio Vargas, nos idos dos anos de 1930.

A data existe como uma forma de reconhecimento aos profissionais do setor público, que existem para atender as necessidades da população em geral, nas áreas da educação, saúde, segurança e justiça, por exemplo.

Apesar de ser uma data comemorativa, o Dia do Servidor não é considerado um feriado, mas um ponto facultativo. Isso significa que fica a critério dos órgãos pararem as atividades ou não, desde que não haja prejuízo no atendimento de serviços essenciais.

Neste ano de 2021, excepcionalmente, o governo federal transferiu o ponto facultativo do dia 28 de outubro para o dia 1º de novembro. 

Servidores públicos famosos: conheça 8 escritores brasileiros que atuaram na Administração Pública

De acordo com dados atualizados do Portal da Transparência, só no nível federal há mais de um milhão de servidores. 

Ao longo da história, contudo, centenas de milhares de cidadãos passaram por cargos públicos e, dentre elas, pessoas famosas no âmbito literário. 

A seguir, listamos 8 exemplos de servidores públicos famosos, considerados grandes referências na literatura brasileira por suas obras publicadas.

Para desenvolver a lista, foram considerados os escritores que tiveram algum tipo de vínculo com a Administração Pública, independentemente da realização de concursos públicos. Os autores estão listados a partir da ordem cronológica.

1. Machado de Assis

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Foto de capa: Divulgação | Projeto Machado de Assis Real (parceria entre a Faculdade Zumbi dos Palmares e a agência Grey Brasil)

Autor de obras como “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Dom Casmurro”,  “Quincas Borba” e considerado o maior escritor brasileiro por muitos críticos, Machado de Assis estendeu sua atuação para o setor público durante anos.

O primeiro cargo ocupado pelo escritor fluminense foi o de ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial, em 1867, na época vinculado ao Ministério da Fazenda.

Cinco anos depois, Machado foi escolhido pelo então Ministro da Marinha para fazer parte do Dicionário Marítimo Brasileiro. Ainda em 1872, o escritor foi designado para ocupar o cargo de primeiro oficial do Ministério de Agricultura, Comércio e Obras Públicas, paralelamente ao ofício no Diário Oficial.

Em 1876, o Bruxo do Cosme Velho (alcunha de Machado de Assis) foi efetivado no Ministério e se tornou chefe de seção e deixou o cargo ocupado no Diário Oficial. O escritor atuou como chefe durante 12 anos e, nesse período, exercia a função de oficial de gabinete de dois ministros.

Com a substituição do ministro da pasta, que passou a ser conduzida pelo engenheiro Manuel Buarque de Macedo, Machado foi convocado para trabalhar no gabinete do Ministério de Agricultura, Comércio e Obras Públicas. No entanto, cerca de cinco meses depois da convocação, Macedo faleceu e, em função disso, Machado de Assis assumiu temporariamente o posto de vice-ministro.

Um ano após a abolição da escravatura, em 1989, o escritor foi promovido a diretor de Viação, no mesmo ministério onde já atuava.

Mais tarde, sob a presidência de Prudente de Morais, Machado foi substituído no cargo de diretoria e passou a atuar na Secretaria de Estado. Apenas com a chegada do ministro da Viação, Lauro Müller, é que Machado volta a ser diretor de Viação e passa a ser, também, diretor-geral de contabilidade, onde permaneceu até sua morte, em 1908.

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2. Graciliano Ramos

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Foto: Arquivo Público do Estado de São Paulo

O romancista alagoano Graciliano Ramos, nacionalmente conhecido como autor do romance “Vidas Secas”, ocupou dois cargos públicos antes de publicar a obra tão aclamada – e um terceiro após a publicação.

A carreira no setor público começou quando Graciliano estava prestes a completar 35 anos de idade, momento em que o escritor foi eleito prefeito de Palmeira dos Índios, em Alagoas. O autor tomou posse no ano seguinte ao de eleição, em 1928.

Em janeiro de 1933, Graciliano foi nomeado diretor da Instrução Pública de Alagoas, cargo similar ao do Secretário Estadual de Educação. Enquanto atuava junto a Administração Pública, o autor também conduzia suas produções literárias e, em 1938, publicou “Vidas Secas”, obra consagrada por retratar a vida de uma família de retirantes sertanejos.

No ano seguinte, o escritor foi nomeado ao que seria o seu último cargo público, como Inspetor Federal de Ensino Secundário do Rio de Janeiro.

3. Carlos Drummond de Andrade

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Imagem: Wikimedia Commons

Um dos principais expoentes do modernismo brasileiro, o mineiro Carlos Drummond de Andrade é o primeiro desta de lista de servidores famosos a prestar concurso público.

O autor de poemas como “No meio do caminho” e “Quadrilha”, prestou um concurso em sua cidade natal, Itabira (MG), onde começou a dar aulas de geografia e português, no ano de 1926. 

No entanto, a trajetória como docente não durou muito. No mesmo ano, Drummond foi para Belo Horizonte trabalhar como redator e, em 1929, tornou-se redator do “Minas Gerais”, órgão oficial do Estado.

Em 1930, o poeta publicou seu primeiro livro e começou a trabalhar como oficial de gabinete do então secretário de Interior e Justiça de Minas Gerais, Gustavo Capanema. Quatro anos depois, quando Capanema atuava como ministro da Educação e Saúde Pública, Drummond se tornou chefe de gabinete da pasta.

Por fim, em 1945, o escritor passou a atuar como chefe de seção da DPHAN (Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), onde permaneceu até se aposentar, no ano de 1962.

4. Guimarães Rosa

Foto: Agência Brasil

Assim como Drummond, João Guimarães Rosa também prestou concurso público. Nascido e formado em Medicina no Estado de Minas Gerais, o autor prestou concurso para atuar como capitão médico da Força Pública estadual de Minas, a partir de 1932.

Três anos antes do início de sua carreira pública, Guimarães Rosa havia estreado como literário, com a publicação de contos. Obras como “Grande Sertão: Veredas” e “Sagarana” estão entre as suas principais produções.

Além de escritor e capitão, o romancista foi um diplomata brasileiro. Guimarães Rosa prestou outro concurso no ano de 1934 e passou a atuar como cônsul em Hamburgo. O escritor ainda assumiu outros 9 cargos públicos ao longo de sua carreira, a saber:

  • Secretário de Embaixada em Bogotá (1942-1944)
  • Chefe de gabinete do ministro João Neves Fontoura em 1946 e, depois, em 1951
  • Primeiro secretário e conselheiro de Embaixada em Paris (1948-1951)
  • Secretário da Delegação do Brasil à Conferência da Paz, em Paris (1948)
  • Representante do Brasil na Sessão Extraordinária da Conferência da UNESCO, em Paris (1948)
  • Delegado do Brasil à IV Sessão da Conferência Geral da UNESCO, em Paris (1949)
  • Chefe da Divisão de Orçamento e ministro de primeira classe (1953)
  • Chefe do Serviço de Demarcação de Fronteiras (1962)

5. Cecília Meireles

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Imagem: Wikimedia Commons

Além de poetisa, a carioca Cecília Meireles trabalhou como professora de escola primária a partir de 1927, depois de concluir o magistério na Escola Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro. 

Entre 1936 e 1938, deu aula na Universidade do Distrito Federal. No ano de 1951, a escritora se aposentou como diretora de escola.

Como autora, Cecília fez parte do movimento modernista e se consolidou com a obra “Romanceiro da Inconfidência”, que trata da Inconfidência Mineira.

6. João Cabral de Melo Neto

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Imagem: Wikimedia Commons

Autor da obra “Morte e vida Severina”, João Cabral de Melo Neto foi escritor e diplomata.

Nascido em Recife, João Cabral ingressou na carreira diplomática quando tinha cerca de 25 anos, após prestar um concurso público para o Itamaraty, em 1945. 

Como diplomata, viajou por diversos países e voltou ao Brasil somente em 1952, para responder a um inquérito que o acusava de ações vinculadas ao Partido Comunista. No período em que o processo esteve em andamento, João Cabral de Melo Neto foi afastado do cargo, para o qual retornou somente em 1954.

Em 1961, o escritor assumiu a chefia do gabinete do Ministério da Agricultura. Aproximadamente 23 anos depois, tornou-se cônsul em Portugal e, em 1990, aposentou-se como funcionário do Itamaraty.

7. Lygia Fagundes Telles

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Foto: Reprodução | Cinemateca

A escritora paulista Lygia Fagundes Telles, atualmente com 98 anos, construiu uma carreira literária, concomitantemente aos cargos que ocupou no serviço público.

Graduada em Direito pela Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), no ano de 1961 Lygia assumiu o cargo de procuradora do Instituto da Previdência do Estado de São Paulo, o qual exerceu até se aposentar. 

Vencedora do prêmio Camões de 2005, o mais importante da literatura portuguesa, Lygia tem, entre suas principais produções literárias, “Ciranda de Pedra”, “As meninas” e “Antes do Baile Verde”. É a quarta ocupante da Cadeira nº 16 na Academia Brasileira de Letras, eleita em 24 de outubro de 1985.

8. Conceição Evaristo

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Foto: Reprodução | Instagram (via @conceicaoevaristooficial)

Conceição Evaristo nasceu em Minas Gerais e, quando adulta, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em Letras na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Diferentemente dos demais autores da lista que iniciaram a carreira literária antes ou ao mesmo tempo que a carreira pública, Conceição Evaristo ingressou primeiro na Administração Pública. Em 1971, começou a lecionar na rede pública de ensino do Estado do Rio de Janeiro.

Sua carreira literária teve início em 1990, com a publicação de contos e poemas que retratam as vivências de mulheres negras. “Ponciá Vivêncio” e “Becos da Memória” e “Poemas de recordação e outros movimentos” são os mais conhecidos da autora, que recebeu o Prêmio de Literatura do Governo de Minas Gerais, em 2018.


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