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Raio-x das mulheres no serviço público: panorama e desafios

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Ao longo do tempo, a participação das mulheres no serviço público foi evoluindo e, hoje, elas são maioria no setor. Ainda assim, há muitos desafios a enfrentar, com desigualdades que persistem nos três Poderes.

Em comemoração ao Dia da Mulher, celebrado em 8 de março, a bxblue traz um raio-x da representação feminina no funcionalismo por nível federativo, área de atuação, região do Brasil e mais. Confira!

Panorama geral

No Atlas do Estado Brasileiro, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada traz uma análise detalhada sobre o mercado de trabalho brasileiro e a participação das mulheres tanto no serviço público quanto no setor privado.

De 1986 a 2017 – período abarcado pelo levantamento –, a ocupação formal no Brasil aumentou de 53 milhões de pessoas ocupadas para 76,1 milhões, ainda que com flutuações causadas pela recessão.

Ao longo desse tempo, o número de mulheres no mercado de trabalho também foi crescendo. Em 1986, 32,1% dos postos de trabalho formais eram ocupados por mulheres, número que saltou para 43,3% em 2017.

Mulheres no serviço público são maioria

No setor público, a expansão da participação feminina é ainda mais expressiva. Desde o final dos anos 1980, elas são maioria no segmento.

Em 2017, 59,3% dos servidores eram mulheres. Segundo o Ipea, o crescimento se deu, principalmente, no nível municipal.

As mulheres contam, ainda, com maior número de vínculos. Em 2017, a média de vínculos por mulher era de 1,2 vínculos, enquanto os homens tinham 1,1 vínculos.

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Participação feminina em cada nível federativo

A quantidade de mulheres no serviço público aumentou em todos os níveis administrativos.

No municipal, por exemplo, as mulheres foram maioria ao longo de toda a série histórica – evoluindo de 55% em 1986 para 66% em 2017. Já o número de vínculos saltou de 2,09 milhões em 1986 para 6,51 milhões de vínculos em 2017.

O aumento na quantidade de municípios existentes e o crescimento na contratação em ocupações predominantemente femininas, como professoras e enfermeiras, são alguns dos motivos apontados para a tendência.

Em nível estadual, as mulheres representam entre 55% e 60% dos servidores ao longo da série, ainda que a proporção com os homens se mantenha mais estável.

Só no nível federal os homens são maioria, principalmente devido a presença nos órgãos militares. A população masculina representa entre 64% e 70% dos ocupados, de forma estável ao longo da série. Quando os militares são excluídos do cálculo, no entanto, os homens passam a representar 54% do total de vínculos.

Presença nos três Poderes

Nos Poderes Legislativo e Judiciário, a distribuição de homens e mulheres é relativamente proporcional e estável, com uma tendência de crescimento no segundo – aumentando de 46% para 53%.

No Poder Executivo, as mulheres são cada vez mais numerosas. O total de vínculos aumentou de 50% dos vínculos para 62%, de acordo com a pesquisa do Ipea. Como explicado acima, o crescimento se deve ao aumento nas contratações a nível municipal, principalmente em profissões tradicionalmente reconhecidas como femininas.

Mulheres no serviço público por região

A evolução da participação das mulheres no serviço público varia geograficamente.

  • Região Sul: o estudo do Ipea aponta um crescimento na região Sul, onde a proporção de mulheres cresceu de 51% para 65%. Hoje, a região tem a maior ocupação proporcional de mulheres no setor público.
  • Centro-Oeste: no outro extremo do ranking está o Centro-Oeste, com o menor índice de participação. Ainda que a presença de mulheres tenha aumentado de 39,9% para 49,3% na série histórica, a região é a única na qual mulheres representam minoria. A principal explicação é a existência de um maior número de vínculos federais no Distrito Federal.
  • Nordeste: a presença das mulheres passou de 39% a 41% entre servidores federais no Nordeste, mas caiu de 56% a 52% entre os estaduais, e de 66% para 64% entre os municipais.
  • Norte: as mulheres permaneceram sendo 39% do total dos servidores federais; caíram de 58% a 55% no nível estadual (sempre se mantendo como maioria), e diminuiu de 66% para 61% no nível municipal.
  • Sudeste: o percentual de mulheres no setor público federal permaneceu em 39%; passou de 59% a 56% no nível estadual; e cresceu de 63% para 67% no nível municipal.

Desigualdade ainda persiste

Ainda que as mulheres tenham conquistado cada vez mais espaço no setor público, a desigualdades entre os sexos ainda persiste. Nos três níveis, nos três Poderes e nos 32 anos da série do Ipea, os homens registraram remuneração média superior à das mulheres.

Para agravar o cenário, os números mostram que a diferença veio aumentando nas últimas décadas. Em 1986, a média salarial masculina era 17,1% maior que a das mulheres. Em 2017, a disparidade cresceu para 24,2%.

Mulheres no serviço público recebem menos em todos os níveis administrativos

Entre servidores municipais, a diferença das remunerações cresceu de 4,1% para 4,9%. Homens receberam salário médio de R$ 2.960 e mulheres receberam R$ 2.815.

No nível estadual, a disparidade de remuneração entre os gêneros aumentou de 21,1% para 25%. Em 2017, a média dos proventos recebidos por homens foi R$ 5.853, em comparação a R$ 4.391 das mulheres.

Finalmente, nos órgãos federais, a remuneração média dos homens era 3% superior à das mulheres em 1986 e passou a ser 11% inferior em 2017. Isto se deve apenas, no entanto, à inclusão dos militares no cálculo.

Nos Três Poderes

Analisando os três Poderes, também fica evidente que homens ganham mais do que mulheres. A disparidade só não aumentou no Poder Judiciário, caindo de 14,2% de diferença para 6,2%.

No Poder legislativo, homens são pagos em média 12% a mais do que mulheres, ao longo de toda a série. Já no Executivo, a desigualdade piorou, com a diferença favorável para homens subindo de 17% para 25%.

Por escolaridade

A pesquisa aponta mais um dado alarmante sobre a desigualdade de gênero. Mesmo com qualificações similares, homens ganham mais do que mulheres.

Em todos os níveis de escolaridade, a remuneração média masculina é superior. Mulheres com fundamental incompleto receberam menos em toda a série e o padrão se repete nas outras classificações de escolaridade.

Segundo o Ipea, é necessário analisar a fundo a remuneração média por ocupação para compreender a origem das desigualdades.


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